GINÁSTICA E CULTURA
Ao começar a aula, foi proposta uma provocação inicial para conduzir a aula:
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Identificar os pontos em comum nas trajetórias da ginástica e do esporte.
A luz dos textos sugeridos, abordamos o contexto histórico da prática ginástica, dando partida pela gênese na Grécia Antiga, prática exclusiva para cidadãos gregos, no caso, homem e livre. Lembrando sempre que o conceito de ginástica era outro; considerava-se ginástica qualquer estímulo que fatigasse. Era também concebido a ginástica como sinal de saúde, ou melhor, equilíbrio do corpo, a não-doença.
A prática da ginástica estava fortemente associada à espiritualidade. No local onde praticava-se ginástica, erguia-se a representação de uma entidade cultuada, portanto tratava-se também de uma prática religiosa. Acreditava-se que a prática da ginástica levava à disciplina , respeito e superação de limites.
A ginástica foi se reinventando ao longo do tempo, a partir da mudança no entendimento do corpo. Seguindo a lógica do conhecimento científico e contexto da revolução industrial e fascínio pelas máquinas que o corpo foi lentamente sendo tratada como tal. A partir dessa mudança de pensamento que foi cultivando-se um desejo de organizar e controlar o corpo. A doutrinação da educaçãoo do corpo levou então a obsessão pela medida, a cronometria, a racionalização das práticas corporais.
A promessa de melhoria do ser humano através da ginástica:
Aquilo que um dia era uma experiência espiritual passou a ser uma experiência pedagogizada. Inclusive a ginástica vista como um meio para aperfeiçoamento do ser humano. Consoante a esta lógica temos a ginástica como prática para treinamento militar. Os bons resultados nos conflitos bélicos passam a ser justificados pela implementação dessa prática corporal. No geral, podemos atribuir valores como padronização, cientificização, pedagogização e correção para essa etapa de reinvenção do conceito de ginástica na sociedade.
TRANSFORMAÇÕES
Como qualquer prática corporal, a ginástica sofreu algumas transformações, dentre elas:
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A diminuição do viés performático
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Concebido como exercícios modeladores
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Melhoria na aquisição de resultados como flexibilidade, forma e destreza
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Divisão em três modalidades:
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a formativa
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a competitiva
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a demonstrativa
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Criação de novas modalidades, como por exemplo, a ginástica conscientizadora (também conhecida como ginástica alternativa)
Portanto, podemos levar em conta a ginástica como prática que envolve diversas formas de ser praticada, podem ser elas educativa, expressiva, competitiva, formativa, como opção de lazer e muitos outros.
Referência bibliográfica:
SOARES, C. L. Educação no corpo: a rua, a festa, o circo, a ginástica. In: Imagens da educação no corpo. Campinas: Autores Associados, 1998. p. 17 a 29.
VIGARELLO, G. A invenção da ginástica no século XIX: movimentos novos, corpos novos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 25, n. 1, p. 9-20, set. 2003.